quarta-feira, 30 de setembro de 2009

domingo, 27 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"Dos «Poemas inconjuntos»"

"Dizes-me: tu és mais alguma coisa
Que uma pedra ou uma planta.
Dizes-me: sentes, pensas e sabes
Que pensas e sentes.
Então as pedras escrevem versos?
Então as plantas têm ideias sobre o mundo?

Sim: há diferença.
Mas não é a diferença que encontras;
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as coisas:
Só me obriga a ser consciente.

Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei,
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.

Ter consciência é mais que ter cor?
Pode ser e pode não ser.
Sei que é diferente apenas.
Ninguém pode provar que é mais que só diferente.

Sei que a pedra é a real, e que a planta existe.
Sei isto porque elas existem.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram.
Sei que sou real também.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram,
Embora com menos clareza que me mostram a pedra e a planta.
Não sei mais nada.

Sim, escrevo versos, e a pedra não escreve versos.
Sim, faço ideias sobre o mundo, e a planta nenhumas.
Mas é que as pedras não são poetas, são pedras;
E as plantas são plantas só, e não pensadores.
Tanto posso dizer que sou superior a elas por isto,
Como que sou inferior.
Mas não digo isso: digo da pedra, «é uma pedra»,
Digo da planta, «é uma planta»,
Digo de mim, «sou eu».
E não digo mais nada. Que mais há a dizer?"

(Alberto Caeiro, in 'Poesia de Fernando Pessoa', 2006, Dos «poemas inconjuntos» escritos entre 1913-1915).

Para acompamhar este poema de Alberto Caeiro, deixo aqui duas versões da mesma fotografia tirada a 20/09/2009 nas encostas do Douro, na freguesia de Beira Grande-Carrazeda de Ansiães.

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS OS VISITANTES!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"A melhor prova duma real amizade"


"A melhor prova duma real amizade está em evitar os compromissos entre aqueles que se estimam. Ainda que devendo muito aos que muito me louvam, eu não quero ser-lhes obrigada pela gratidão. Mas sim grata porque estou com eles, devido a circunstâncias que a todos nós agradam e são um laço mais entre nós, sem constituírem um dever. Eu pretendo dizer da amizade o que Diógenes dizia do dinheiro: que ele o reavia dos seus amigos, e não que o pedia. Pois aquilo que os outros têm pelo sentimento comum não se pede, é património comum. Neste caso, a amizade. "

(Agustina Bessa-Luís, in 'Dicionário Imperfeito')

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Nem tudo é fácil"


"É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.

Se você errou, peça desculpas... É difícil pedir perdão?
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga... É difícil se abrir?
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça... É difícil ouvir certas coisas?
Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida...

Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos,
Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!"

(Cecília Meireles)



Fotografia tirada na cidade do Luxemburgo

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Flor da fortuna...

Com esta pequena flor, conhecida como 'Flor da Fortuna' desejo a todos os visitantes deste blog, uma boa semana!

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E agora fica aqui mais um selo que recebi, desta vez da amiga Andrea, do blog http://indagadoresvirtuais.blogspot.com/. Muito obrigada pelo mimo e um grande beijo para ti...:)


Ficam as regras e os premiados:

1.exiba a imagem do selo "Olha que blog maneiro"

2.poste o link que te indicou.

3.indique pessoas de sua preferência.

4.avise o indicado.

5.publique as regras.

6.confira se os blogs indicados repassaram os selos e as regras.

E desta vez, o selo vai para os seguintes blogues:






terça-feira, 8 de setembro de 2009

Flores do trevo...

...de quatro folhas...



O trevo pertence à família Fabaceae e ao género Trifolium.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

"Adiamento"

"Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjectividade objectiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um eléctrico...
Esta espécie de alma...

Só depois de amanhã...

Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.

Só depois de amanhã...

Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espectáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espectáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.

Só depois de amanhã...

Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...

O porvir...
Sim, o porvir."

(Álvaro de Campos, in 'Poesia de Fernando Pessoa', 2006, poesia escrita a 14/04/1928).

E porque adiamos para o amanhã e até mesmo para o depois de amanhã muita coisa... deixo aqui este poema de Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa) para lerem e pensarem um pouco sobre o adiamento que muitas vezes fazemos no dia a dia e até mesmo durante a nossa vida... espero que gostem...:-)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pequenos insectos!

Adulto de percevejo, pertencente à ordem Hemíptera e à subordem Heteroptera. Têm as asas anteriores parcialmente endurecidas e parcialmente membranosas (nas pontas posteriores).

Adulto do sirfídeo Eristalis tenax. Este insecto, pertence à ordem díptera (ordem que inclui as moscas), e à família Syrphidae. Na sua fase adulta alimentam-se de pólen e néctar das flores.
Este sirfídeo é muitas vezes confundido com certas abelhas e vespas. Mas, ao contrário destes himenópteros, os sirfídeos têm os olhos proporcionalmente grandes em relação ao restante corpo e têm antenas muito curtas.

Adulto de vespa, pertencente à ordem Hymenoptera e à família Vespidae. As vespas adultas alimentam-se sobretudo de néctar e outras substâncias doces, enquanto que, as crias são alimentadas com insectos capturados pelas obreiras.